Mesmo que o tempo passe, que soprem os ventos e diminuam o som das canções, jamais deixaremos de viver e ouvir falar sobre o amor. Sentimento antigo que continua moderno. Contemporâneo, precisa apenas de um olhar para instalar sua magia.
O amor é o doce álibi dos apaixonados, o motivo maior da vida e do sonho. Por amor nascemos para a vida, para o amanhecer e para admirarmos o crepúsculo. Com ele, nem somos mortais. Sentimo-nos como deuses apossados do mundo, mesmo que por alguns momentos mágicos, tão nossos.
Se apaixonados, ele é nossa motivação, se abandonados, o nosso maior desejo. Por amor, feliz ou infelizmente sobrevivemos. Na falta dele, resumidos a uma dolorosa combinação de saudade e desejo, sucumbimos.
É presente de Deus para nós e está nas trocas de olhares dos apaixonados, na liberdade poética dos artistas, no destino dos sensíveis e na promessa dos amantes.
Nasceu explicado. Intrigante. Está no invisível. Pode ser sentido com o coração e com a alma, vivido num abraço, numa declaração ou demonstrado num longo e eterno beijo.
O amor modifica, cria, intriga, atrai e brinca conosco. Entra no compasso da nossa vida, impulsionando-nos ao que parece impossível. E como bobos, viramos dois num só. Se preciso, por causa dele, somos fortes na separação e esperançosos na promessa do reencontro.
O amor não avisa ninguém da sua chegada, mas, quando chega, pretencioso, dá-nos a certeza de que estávamos a sua espera. Não temos como, nem queremos evitá-lo. Diante dele somos gigantes indefesos.
E assim vamos seguindo. Sorrindo, chorando e cantando o amor. Quem já o tem, entregue aos seus mistérios, quem ainda não o encontrou, na expectativa da sua chegada e da entrega total a doce plenitude deste sentimento maravilhoso e imortal que chamamos de Amor.
Maria Regina Caetano Soares
Antologia Literária - E por falar em AMOR
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