101 coisas em 1001 dias ♥

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domingo, 19 de setembro de 2010

A vida realmente me ensinou? ♥

Estava aqui, em um dos meus inúmeros momentos de parar e enquanto olho o nada, me perguntar o que de bom tem pra fazer (infelizmente, a resposta para essa “pergunta” sempre é nada), quando me lembrei da existência do blog. Sim, o blog só existe ainda por causa do desafio de livros e o desafio de 101 coisas em 1001 dias. E exatamente por causa desse último, me dei conta que precisava postar.

O que, foi a pergunta seguinte. A resposta não demorou muito. Como tem sido ultimamente, deixaria aqui uma música ou um texto qualquer. O post seria a música Um novo adeus, do Rosa de Saron. Seria... Ao olhar o blog e reler o texto do último post, me dei conta que ele não se encaixa completamente comigo. Então, vou tentar descobrir o que exatamente a vida me ensinou dessas coisas. Diria que esse post é mais um desabafo ou um momento de insanidade de alguém que não tem nada pra fazer...

A vida me ensinou não apenas a dizer adeus as pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração, me ensinou também que quando eu as esqueço tão facilmente é porque na verdade eu nunca as amei como julguei um dia amar. Às vezes dizemos amar uma pessoa, mas nem sempre temos a certeza se esse amor é real ou não. Ainda preciso aprender como distinguir o real do imaginário...

Sorrir às pessoas que não gostam de mim pode ser uma tarefa fácil quando eu tenho raiva delas, mas não é quando essas pessoas me fazem sentir extremamente inferior ou humilhada. Quando isso ocorre, o máximo que consigo fazer é abaixar a cabeça e mentalmente me ferir com palavras que provavelmente aquele que não gosta de mim estaria me dizendo...

A vida realmente me ensinou a fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, mas não para que eu possa acreditar que tudo vai mudar. Aprendi a fazer isso porque a maior parte da minha vida eu vivi fechada em um mundo particular, onde existia apenas eu e mais ninguém. Eu só podia contar minhas coisas pra mim mesma. É por isso que aprendi a fazer de conta, porque não queria pessoas que não eram tão chegadas perguntando o que eu tinha...

Aprendi até demais a me calar para ouvir, ultimamente tenho pensado se não levei muito a sério esse aprendizado, pois não consigo mais falar, quero apenas ouvir... E assim continuo errando e tentando aprender com meus erros. Mas será que eu realmente posso ser sempre melhor? Será que eu consigo?

Não sei se luto contra as injustiças. Talvez sim, mas tenho certeza que em vários momentos apenas cruzo os braços e deixo que essas injustiças aconteçam livremente perante meus olhos. Porém, tenho a extrema facilidade de sorrir quando o que mais desejo é gritar, como faço agora, como fiz ontem, como tenho feito nos últimos dias. Sorrir, para fingir que nada acontece, afinal nada realmente acontece...

Apesar de ainda cursar o primário nessa área, acho que consegui aprender um pouco do que me foi ensinado. Aprendi a tentar ajudar aqueles que amo, a ser carinhosa quando precisam, a ouvir... Ainda não sou nota A+, mas tentarei chegar o mais perto disso algum dia...

O que parece ser mais difícil de aprender, é o que a vida acaba por nos ensinar primeiro. Deveríamos banir de nossas vidas todos aqueles que nos machucam de alguma forma, seja ela consciente ou inconsciente. Mas simplesmente não consigo. Ao contrário disso, eu lhes dedico o meu amor, os meus pensamentos, lhes dou sempre o melhor de mim, o mais belo dos sorrisos, deixando de lado tudo o que eles um dia fizeram pra me magoar. Será que isso é amar e perdoar incondicionalmente? E será que também sou perdoada e amada incondicionalmente por essas mesmas pessoas a quem dedico o meu amor e perdão?

E como a vida me ensinou a sonhar acordada... E como eu gostaria de conseguir fazer isso parar! São tantos pensamentos, tanta coisa, que em alguns momentos penso que vou enlouquecer. Em outros, simplesmente sinto vontade de chorar ou sorrir feito idiota. E não, raramente consigo acordar para a realidade. Às vezes é até mesmo difícil dizer o que é realidade e o que é apenas minha imaginação. Fantasio demais, penso demais e acabo me perdendo em meio a tudo isso. E geralmente gosto de viver naquilo que fantasio porque é sempre tão mais atraente que a minha própria realidade. Apesar de algumas vezes não gostar de pensar demais, em outras é a minha única saída. Saída para aqueles momentos dolorosos em que quero mascarar a realidade, pois ela é tão cruel e dolorosa...

Estou aprendendo ainda a aproveitar os momentos de felicidade, pois só agora estou vendo o quão escassos eles podem ser. E, sim, aprendi a apreciar coisas simples da vida, como olhar estrelas e ver um pôr do sol. Nesses momentos, podemos extrair felicidade, mesmo que em pequenas porções...

Aprendi a sentir a dor do adeus, mas será que aprendi a preservar só aquilo que me trouxe felicidade? Acho que não. Ainda tenho a terrível mania de me focar naquilo que aconteceu de pior, deixando a ferida aberta permanentemente, trazendo dor sempre que me lembro dela... 

Sempre deixei as minhas janelas abertas para o amor, abertas até demais, eu diria, e não temo o futuro, ou finjo não temer...

Me ensinou muitas coisas, Vida, mas ainda preciso aprender mais. Preciso aprender tantas coisas que temo não ter tempo para aprender todas elas antes de cometer erros que não poderei consertar depois. Temo nunca aprender a lapidar minha vida para que ela se transforme realmente num diamante ou se o fizer, fazer de maneira errada, afastando do meu presente e do meu futuro aqueles que me amam ou não deixando que outros se aproximem o suficiente para vir a me amar...
Não faço a mínima idéia se o que escrevi tem algum nexo ou coerência como um texto ou se alguém vai compreender, se reler, imagino que nem eu mesma irei compreender... apenas senti uma enorme vontade, em algum momento, em escrever essas palavras. Um texto confuso... como eu me sinto agora...

E não tem como não deixar, no final, a música que estou viciada no momento. Renato Viana cantando ela é simplesmente lindo...
Passo os dias
E olho sempre minha janela
E eu conto
Cada hora pra que Você volte aqui
Enquanto isso
Eu aceito a minha sentença
E peço a Deus
Que venha aqui e ajude a me recompor

Vem me abraçar depressa
Nesse doce reencontro
Sente aqui bem ao meu lado
E conte uma história
Que logo chega um novo adeus

Aqui dentro
Tudo está do jeito que Você deixou
O mesmo jeito
Que me ensinou a Te esperar
Mas minha vida
Corre com tanta pressa lá fora
Fotos na sala
Retratam toda a Sua ausência

Um comentário:

  1. Lindo texto.

    A vida nos ensina muitas coisas, mas nem sempre aprendemos com os ensinamentos dela.

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